A resposta para a pergunta do título desse
post é bem objetiva: depende! :-)
Explico. Comprar ou vender suas coisas em brechós pode ser uma experiência e tanto. Com aspectos bons e ruins. Depende de tanta coisa!
Embora esteja "na moda" falar em compras em brechó como sinônimo de economia, a prática nem sempre é econômica mesmo, e está bem mais ligada às ideias de estilo e exclusividade do que à de economia. Mesmo nos brechós
online.
Para comprar em brechós é preciso, além de um senso apurado de moda e estilo, para reconhecer boas aquisições, ter disposição de enfrentar uma "maratona" até encontrar algo realmente bom. Mais que uma opção barata de compras, ser comprador(a) em brechós exige atenção, paciência e frequência. Sim, pois nem sempre será no primeiro brechó que entrar que encontrará a peça dos seus sonhos. Só que, sem entrar em nenhum, isso nunca vai acontecer, não é? Portanto, boas compras em brechós são feitas, em geral, por frequentadores de brechós assíduos, que têm bons conhecimentos de moda e tendências, bom gosto, e paciência para enfrentar lugares nem sempre bonitinhos...
Como as peças são exclusivas, ou seja, não há muitas delas ou, quase sempre, são únicas mesmo, pois é difícil encontrar duas ou mais peças iguais, porque os brechós compram suas mercadorias de pessoas, não de lojas, vale a pena se você gostar disso, de exclusividade, de ser diferente. Geralmente não há
fast fashion em brechós, ou a "roupa da moça da novela". Embora alguns brechós também tenham lotes de pontas de estoque de coleções, isso não garante que vá encontrar a peça que você viu na vitrine da loja, nem variedade de números etc.
Saber selecionar e escolher é uma 'arte'! Em brechós essa 'arte' é apurada. Porque um conjunto vintage pode precisar algum ajuste, ou mesmo visitação à uma boa costureira, para ficar adequado ao uso. Nem sempre é 'comprar e usar'. E isso pode custar bem caro, se você não souber costurar, ou não tiver quem faça por bom preço. Boas costureiras estão raríssimas!
Com acessórios acontece a mesma coisa. Bolsas e sapatos, por exemplo, se precisarem de muitos consertos, não valem a pena. A não ser que sejam de algum material especial, raro, ou de alguma coleção X de um estilista famoso ou que você queira muito a peça. O preço de consertos desses itens anda tão absurdo, e encontrar um bom sapateiro é tão difícil, que o risco de ter uma tralha atravancando seu espaço é maior que o benefício da compra!
Com bijuterias, óculos etc. acontece o mesmo. Garanta-se de saber como aproveitar a "pechincha", ou o risco de jogar dinheiro fora é grande. Exemplo: Eu já comprei um colar pavoroso, por um preço absurdamente baixo, por causa das contas de murano dele, lindíssimas, dos anos 50, em perfeito estado. Desmanchei todo ele, retirei cola e metais velhos, lavei as contas maravilhosas e fiz com elas um colar sensacional, exclusivíssimo, que tenho até hoje, e que as pessoas elogiam muito.
Mas eu sei fazer isso, sei mexer com contas, colas, fechos, ferramentas e fios... Já 'ganhei a vida' fazendo e vendendo bijuterias, quando estava na faculdade. E até hoje sei fazer esses "ajustes" e sei onde comprar os itens necessários, sem gastar fortunas. Além disso, gosto exatamente do fato de serem exclusivas, únicas, de terem "memória". Se você for precisar pagar a alguém para fazer isso, pode sair muito caro! Tem que valer a pena.
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Hannah, em sua formatura, com o vestido de 50 anos, que foi da avó. |
O mesmo motivo me faz 'visitar' frequentemente o
closet de minha mãe... Memória! No jantar de formatura de minha filha ela usou um vestido italiano lindíssimo, de 50 anos de idade.
Esse vestido foi de minha mãe, como disse e, com ele, minha mãe, havia ido à formatura de meu pai, 50 anos antes.
Totalmente vintage, totalmente chique e absurdamente lindo, o vestido somente precisou ser ajustado na cintura de Hannah, minha filha, coisa que eu mesma fiz, em uma tarde. E lá se foi Hannah para sua formatura, linda, em um vestido que tem meio século de história, além de ser uma obra prima da moda: ráfia italiana tecida à mão.
Já quem quer vender suas peças de roupa, sapatos e acessórios que não usa mais para brechós tem que ter algum conhecimento de moda já quando compra suas peças! Sim, pois os brechós costumam comprar somente peças boas, que tenham possíveis interessados. Peças de grife, assinadas, têm mais 'mercado', mas conhecer tecidos, tipos de costuras e acabamentos, e, principalmente, métodos e técnicas de conservação é essencial. Isso ajuda, muito, na hora de vender suas peças por melhores preços.
O que acontece é que as boas peças de um brechó são boas exatamente porque foram bem feitas mas, principalmente, foram bem conservadas! Portanto, se você não liga para roupas, lava tudo de qualquer jeito, amontoa sapatos e bolsas e tal, provavelmente não conseguirá que paguem bem por suas peças, por estarem mal conservadas ou mesmo estragadas!
Tudo deve estar impecável para a venda. Sapatos devem estar limpos e cheirosos; bolsas não devem ter rasgos, furos, forro solto; roupas não podem ter manchas, nem 'cheiros' e devem estar limpas, muito bem passadas e, quando necessário, engomadas.
Atualmente tem acontecido uma prática bem legal, que começou entre amigas, mas que já vi acontecer até mesmo em clubes e condomínios: 'Feiras de Troca'.
Por exemplo, você convida algumas amigas para uma tarde de sábado, faz um bolinho e café, e diz para elas que tragam suas peças que já não usam mais, para trocarem entre si.
Todas mostram suas peças e acertam entre si as trocas. Um sapato que não uso mais pode me render uma bolsa nova; uma blusa que ganhei da tia e não gostei pode ser trocada por um lenço bacana; posso deixar com alguém um casaco que está apertado e levar um que me sirva melhor, ou, ainda, um par de óculos que foi da minha avó "vira" uma carteira de festa, que foi da vó de minha amiga.
Enfim, muitas possibilidades, até mesmo de "feira de trocas por empréstimo", onde as peças passam 'temporadas' nas casas de outras pessoas e, depois, voltam! No mínimo será uma tarde gostosa com as amigas!
Mas, lembre-se: sempre tudo em ótimo estado, impecável! Lavadinho, cheirosinho, como novo!