domingo, 20 de janeiro de 2019

Organização Financeira na Prática - não é mágica, é planejamento!

Fonte da imagem: https://blog.saipos.com/planilha-fluxo-de-caixa/

Janeiro é um mês em que grande parte das pessoas fica bem apertada com dinheiro e, em grande parte, por falta de organização financeira.

Eu não sou economista e, é claro que existem várias outras maneiras de se organizar e poupar. Aqui eu divido e compartilho a minha experiência pessoal, com as dicas de coisas que eu uso/faço, ok?

Acredito firmemente que "poupar" é um comportamento adquirido. Você aprende a cuidar de dinheiro, do mesmo modo que aprende qualquer outra coisa. E cria-se o hábito, fazendo. Muita gente acredita que não consegue guardar dinheiro, mas, na verdade, não o faz por falta de hábito, mesmo.

Nessa época do ano geralmente as revistas e sites especializados em economia distribuem planilhas financeiras de orçamento pessoal, muitas delas, grátis, basta procurar no Google com "planilha de orçamento pessoal e familiar", ou similar, e você vai encontrar várias.

Mas, antes de usar planilhas e tal, o "pulo do gato", ou o "segredo" é que é preciso adquirir CONSCIÊNCIA de que você deve se organizar para poupar.

Consciência e hábito.

Uma coisa que aprendi com meu pai é que, se você esperar "sobrar" para poupar, nunca vai conseguir, porque sobrar, nunca sobra, então, o "segredo" é encarar a poupança como uma obrigação financeira, como qualquer outra conta que você tenha: aluguel, água, luz, telefone etc.

Para "poupar sempre", estipule uma quantia por mês que você vai guardar. Não importa muito o quanto, mas sim que se torne um compromisso. Claro que se você guardar mais, vai juntar mais, mais rápido, mas o importante aqui é iniciar o habito de guardar.

No meu caso, estipulei R$ 100,00. Quando recebo, por volta do dia 10 de cada mês, imediatamente os R$ 100,00 vão direto para a poupança. Programei na conta bancária a transferência, junto com as outras contas fixas, e nem me preocupo mais em fazer a transferência. Para aumentar o total, ano a ano, você pode ir acrescentando 10%, 20%... quanto a sua renda permitir.

E as contas "extras"?

Me diz, são extras mesmo? Já não sabemos de antemão que teremos contas "extras" em janeiro? Então, não são extras... são anuais, e devem entrar no seu orçamento assim, e serem "diluídas" no seu orçamento mensal.

Para as despesas anuais fixas, como seguro do carro e impostos, como IPVA, organize-se para elas!

Eu pego o valor do ano anterior, acrescento 10% (no mínimo), divido por 12 e encontro o valor mensal que devo juntar para o próximo ano. E "pago" esse valor, mensalmente, como outra "prestação" qualquer. Deposito na poupança e, na data de pagar a despesa, está lá, separadinho.

OBS. Com as despesas que posso escolher quando fazer, como renovar o seguro do carro, evito que coincida com as que não posso escolher. Renovo o seguro do carro, em geral, em meses distantes de janeiro, para não acumular. Este ano foi em setembro, quando planejei as férias (...mas esse tema, sozinho, dá outro post!).

Já ouvi que eu "consigo" fazer isso porque "ganho bem"...

Olha, eu sou professora, e professores (Isso não é segredo algum!),  nunca "ganharam bem"...

No nosso caso, a organização é mais que necessária, é essencial! Senão, não vai dar para fazer nada, nunca!

E eu viajo, passeio, compro minhas coisas e nunca faltou comida em casa! ;-)

Outra dica prática: Estabeleça suas prioridades!

Criei uma relação de valor para estabelecer minhas "prioridades". Eu faço uma espécie de "conversão" para a minha "moeda", que é a "hora-aula". Qualquer coisa eu "converto" para horas-aula, para ter controle aproximado de quanto vai me custar.

Por exemplo: uma roupa nova? Pego o valor e divido pelo valor da minha hora-aula e sei quantas horas-aula precisarei trabalhar para pagar aquilo. Como eu dou, em média, 5 aulas por dia, sei também quantos dias de trabalho a coisa custa.

Se uma coisa custa X, divido por HA e o produto é o "fator" do custo: X / HA = custo.

Vamos supor que uma roupa custe R$ 250,00.

Se minha hora-aula for (em média) de R$ 15,00 (no estado de São Paulo essa é a média da rede pública), divido os R$ 250,00 por R$ 15,00, que dá mais ou menos 17. Ou seja, vou precisar de 17 horas-aula para pagar. Se dou 5 aulas por dia, em média, serão 3,4 dias de trabalho...

Vale? Se eu preciso mesmo da coisa, ok... Mas se é só porque acho bonita, me pergunto se acho mesmo que vale a pena trabalhar quase três dias e meio por aquela coisa...

Compreende? Fica bem mais concreto!

Reconheça suas limitações e aprenda a lidar com elas.

Não sou "boa" com "investimentos", e sei disso. Creio que a maioria das pessoas é como eu, pelo que ouço dos amigos. Assim, para mim, a opção mais "segura" é a poupança, mas existem assistentes financeiros em quase todos os sites dos bancos, permitindo projetar os valores e tempo necessários para projetos específicos.

No meu banco, por exemplo, você pode ter como "contas de poupança separadas" para os projetos pessoais, como viagens. Você abre um projeto, dá até o nome (Como "pós-graduação", "viagem para a Disney", você escolhe!), simula tudo: custo e prazo para alcançar a meta, calcula e programa, inclusive as transferências dos valores, automaticamente, sem que você tenha que ficar se lembrando todo o tempo de fazer.

Orçamento Diário

Outro hábito que adquiri é o de estipular meu orçamento diário.

Sim, o "dindim" para o dia a dia.

Continuando com o exemplo das horas-aula. Se eu dou 5 aulas por dia, ao preço aproximado de R$ 15,00 cada, tenho "disponível" cerca de R$ 75,00 de orçamento/dia. Tenho que fazer com que as despesas não ultrapassem isso! Assim, se minhas despesas fixas (contas, poupança etc.) ficam em torno de R$ 70,00/dia, NÃO POSSO gastar mais de R$ 5,00 por dia. Não posso e fim!

Se eu gasto hoje R$ 10,00, amanhã terei que, OBRIGATORIAMENTE, não gastar nada! Nem cafezinho "extra"... é... Porque, se gasto mais R$ 8,00 amanhã, mais R$ 2,00 depois de amanhã, mais R$ 10,00 no outro dia... a conta não vai fechar!

É matemática, pura e simples...

Já parou para pensar em quanta "bobagem" você acaba gastando seu dinheiro, sem nem perceber?

Por onde começar?

Tudo isso, é claro, tem que ser acompanhado de uma real consciência do óbvio: você não pode gastar mais do que você ganha.

Nunca.

Se o que você ganha não está sendo suficiente para as despesas básicas (e incluindo ai a poupança), você precisa rever seus gastos, e seus ganhos. E se empenhar em gastar menos, ou ganhar mais.

Já parou para pensar em quanta "bobagem" você acaba gastando seu dinheiro, sem nem perceber?

Não tem mágica... Tem planejamento!

Comece perguntando a você mesmo: no próximo janeiro, eu quero estar "no sufoco" como estou agora?

Se a resposta for "não", bom, está ai sua motivação para começar a fazer alguma coisa!

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Artigo publicado originalmente no Linked In, em  8 de janeiro de 2018. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/organizacao-financeira-na-pratica-nao-e-magica-jurema-sampaio/

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